Incidência e Caracterização Epidemiológica do <i>Adenocarcinoma in situ</i> Uterino no Estado do Pará entre 2020 e 2025
pdf

Palavras-chave

adenocarcinoma in situ
HPV
rastreamento
LEEP
saúde pública

Como Citar

Incidência e Caracterização Epidemiológica do Adenocarcinoma in situ Uterino no Estado do Pará entre 2020 e 2025. (2025). Journal of Advanced Clinical Implementation and Applied Medical Innovations (ISSN 3085-8348), 2(01), 47-64. https://jaciami.ufrdj.com/index.php/SOBRE/article/view/9

Resumo

O adenocarcinoma in situ (AIS) do colo do útero é uma lesão glandular pré-maligna de difícil detecção, fortemente associada à infecção persistente por HPV-18. Este estudo epidemiológico retrospectivo analisou 224 casos de AIS registrados no Pará entre 2020 e 2025, com dados do Sistema de Informações de Câncer (SISCAN). Observou-se um crescimento acentuado a partir de 2023, com evidências de represamento diagnóstico durante a pandemia e baixa cobertura vacinal como fatores críticos. A distribuição espacial demonstrou concentração em municípios com maior infraestrutura diagnóstica, revelando desigualdades no acesso. A análise propõe a adoção do procedimento excisional com alça diatérmica (LEEP), que apresenta menor morbidade e custos, como alternativa eficaz à conização a lâmina fria (CKC). Recomenda-se ainda a incorporação do painel imuno-histológico p16/Ki-67, a ampliação de campanhas de vacinação de resgate e a descentralização do diagnóstico com uso de telepatologia. As evidências sustentam que a integração de estratégias nos eixos de prevenção, diagnóstico e tratamento pode reduzir significativamente a incidência de AIS em regiões com infraestrutura limitada, como o Pará. O estudo contribui com dados inéditos que podem orientar políticas públicas regionais alinhadas às metas globais de eliminação do câncer cervical.

pdf

Referências

BERGMAN, H. et al. Comparison of different human papillomavirus vaccine types and dose schedules for prevention of HPV-related disease in females and males. Cochrane Database of Systematic Reviews, 2019.

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 510, de 7 de abril de 2016. Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais. Diário Oficial da União, Brasília, 24 maio 2016. Seção 1, p. 44–46.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. SISCAN - Sistema de Informações do Câncer: Cito do Colo - Por Local de Residência - Pará. Brasília, DF, 2025. Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/dhdat.exe?SISCAN/cito_colo_residbr.def>. Acessado em 20 fev. 2025.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. SISCAN - Sistema de Informações do Câncer: Histo do Colo - Por Local de Residência - Pará. Brasília, DF, 2025. Disponível em: <https://datasus.saude.gov.br/acesso-a-informacao/sistema-de-informacao-do-cancer-siscan-colo-do-utero-e-mama/>. Acessado em 20 fev. 2025.

CLEVELAND, A. A. et al. Cervical Adenocarcinoma in situ: Human Papillomavirus Types and Incidence Trends in Five States, 2008-2015. International Journal of Cancer, v. 146, n. 3, p. 810-818, 2020. doi:10.1002/ijc.32340.

COHEN, P. A. et al. Excisional treatment comparison for in situ endocervical adenocarcinoma (EXCISE): phase 2 randomized trial. Gynecologic Oncology, v. 159, n. 3, p. 623-629, 2020.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA – INCA. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. 2. ed. Rio de Janeiro: INCA, 2016.

LEE, S.; ROSE, M. S.; SAHASRABUDDHE, V. V. et al. Tissue-based immunohistochemical biomarker accuracy in the diagnosis of malignant glandular lesions of the uterine cervix: a systematic review and meta-analysis. International Journal of Gynecological Pathology, 36(4):310-322, 2017.

LEE, S.; SAHASRABUDDHE, V. V.; MENDOZA-CERVANTES, D. et al. Tissue-based immunohistochemical biomarker expression in malignant glandular lesions of the uterine cervix: a systematic review. International Journal of Gynecological Pathology, 37(2):128-140, 2018.

PERKINS, R. B. et al. 2019 ASCCP Risk-Based Management Consensus Guidelines for Abnormal Cervical Cancer Screening Tests and Cancer Precursors. Journal of Lower Genital Tract Disease, v. 24, n. 2, p. 102-131, 2020. doi:10.1097/LGT.0000000000000525.

RUBA, S. et al. Adenocarcinoma in situ of the uterine cervix. Cancer Cytopathology, v. 102, 2004. Disponível em: https://doi.org/10.1002/cncr.20600. Acesso em: 20 fev. 2025.

SCHOOLLAND, M. et al. Adenocarcinoma in situ of the cervix. Cancer Cytopathology, v. 96, 2002. Disponível em: https://doi.org/10.1002/cncr.10886. Acesso em: 20 fev. 2025.

SRISOMBOON, S. et al. Cervical Screening Results Leading to Detection of Adenocarcinoma in situ of the Uterine Cervix. Asian Pacific Journal of Cancer Prevention : APJCP, v. 20, n. 2, p. 377-382, 2019. doi:10.31557/APJCP.2019.20.2.377.

TEOH, D. et al. Diagnosis and Management of Adenocarcinoma in situ: A Society of Gynecologic Oncology Evidence-Based Review and Recommendations. Obstetrics and Gynecology, v. 135, n. 4, p. 869-878, 2020. doi:10.1097/AOG.0000000000003761.

WOLF, J. L.; BILLINGSLEY, C. C.; KENDLER, A.; JACKSON, A. L. Cervical stratified mucin-producing intraepithelial lesion: a systematic review of diagnosis and management. Journal of Lower Genital Tract Disease, v. 24, n. 3, p. 259-264, 2020.

WRIGHT, T. C. et al. 2006 Consensus Guidelines for the Management of Women With Cervical Intraepithelial Neoplasia or Adenocarcinoma in situ. American Journal of Obstetrics and Gynecology, v. 197, n. 4, p. 340-5, 2007. doi:10.1016/j.ajog.2007.07.050.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2025 Journal of Advanced Clinical Implementation and Applied Medical Innovations

##plugins.themes.healthSciences.displayStats.downloads##

##plugins.themes.healthSciences.displayStats.noStats##